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ESG

A equidade racial e o ESG brasileiro

Protocolo ESG Racial visa promover a equidade racial no mercado de trabalho

Fernanda Camargo e Camilla Reichmann
6 ago 2021
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Em seu último livro, “A Tirania do Mérito”, o professor de filosofia política da Universidade de Harvard Michael Sandel debate porque a crença de que o esforço individual é o grande motor do sucesso somente amplia o abismo social, estimula a polarização e impede que as sociedades sejam mais solidárias. No preenchimento de vagas de emprego, mérito conta por dois motivos: eficiência e justiça. Seria errado discriminar o mais qualificado com base em preconceito de raça, religião ou sexo. Um sistema econômico que recompensa o esforço e o talento tem a probabilidade de ser mais produtivo. A ideia de que nosso destino está nas nossas mãos, que nosso sucesso depende só de nós, afirma certa ideia de liberdade.

Segundo Sandel, apesar de inspirador, o princípio do mérito pode tomar caminhos tiranos. O lado negativo do ideal meritocrático está embutido em sua promessa mais sedutora, a de domínio e a de vencer pelo próprio esforço. Uma coisa é responsabilizar as pessoas por agirem de acordo com a moral, outra coisa é pressupor que somos, cada um de nós, totalmente responsáveis por nossa sina. Na visão contemporânea, riqueza significa talento e trabalho árduo e pobreza significa apatia. Aqueles que defendem a desigualdade com base na meritocracia ignoram que certos talentos – decisivos para o sucesso em diversas áreas – e o fato de eles serem valorizados em uma certa sociedade não são mérito de quem os possui, e sendo assim, pensar no mérito como um critério de justiça seria algo falho.

Fonte: Estadão

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