A Felicidade Interna Bruta e sua relação com a economia

“Que possamos ser lembrados aqui de nossas mais elevadas aspirações, e inspirados a trazer nosso amor e serviço ao altar da humanidade. Que saibamos mais uma vez que não somos seres isolados, mas conectados, em mistério e milagre, ao universo, a esta comunidade e entre si”. – Anônimo, original em inglês

Em setembro deste ano, durante o Congresso da ABVCAP (Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital), tive a honra de entrevistar Dasho Tshering Tobgay, ex-primeiro-ministro do Butão.

Político, ambientalista e defensor da cultura butanês, ele foi responsável por estabelecer o Partido Democrático Popular como o primeiro partido político registrado no Butão e continua a atuar como seu presidente. Defensor da Felicidade Interna Bruta, ele falou sobre preservação ambiental, mudanças climáticas, pobreza, democracia, liderança iluminada e felicidade.

COP 15: vamos falar sobre biodiversidade racial?

A Argentina estava merecendo e o Messi, com sua genialidade e humildade, também. Fiquei feliz por ver um país latino-americano ganhando o torneio, apesar das declarações do Mbappé sobre os europeus serem mais preparados que os latinos.

biodiversidade de raça é um tema pouco discutido, mas até na Copa do Mundo, ela se destaca. A França terminou a partida com 10 jogadores de descendência africana (exceto o goleiro, Lloris).

Por outro lado, o time da Argentina era majoritariamente (se não completamente) composto por descendentes de europeus. Isso não quer dizer que um time é melhor ou pior por ser diverso; mas reflete a complexidade e diversidade da nossa sociedade.

A equidade de gênero pode ser rentável e combater a crise climática

Ultimamente as empresas vêm sofrendo pressão para aumentar a diversidade e a inclusão. O movimento começou, mas ainda é lento. Muitas companhias têm respondido a pressão de investidores que exigem critérios ASG (Ambiental, Social e Governança) e vem aumentando a diversidade em seus quadros. O interessante é que já existem dados mostrando que uma liderança mais diversa gera mais valor para a empresa. Então, por que não?

A população brasileira, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2019, é composta por 48,2% de homens e 51,8% de mulheres. Fora isso, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica (IBGE), os negros (pretos e pardos) eram a maioria da população brasileira em 2014, representando 53,6% da população.

Nada será como antes: os mercados mudaram muito mais rápido do que imaginávamos

Tenho certeza que 2020 mostrou a importância de se ter um propósito de vida, de ter amigos, de cuidar da família, de olhar para o outro, de ser mais altruísta.

Janeiro parecia mais um ano comum. Ainda íamos a restaurantes, ao escritório (quem lembra?), ainda nos abraçávamos, apertávamos as mãos. Em fevereiro ousamos fazer nossa última viagem em família e na volta, ao colocar a máscara no avião, eu me senti ridícula por ser uma das únicas.

Nada será como antes…

O último encontro antes da pandemia foi um almoço no IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) para falar justamente do papel dos conselheiros no que tange ao ASG (Ambiental, Social e Governança). Lembro de entrar no elevador e encontrar um velho amigo, presidente de uma grande multinacional – ele acabava de desligar o telefone perplexo: “Enfrentaremos tempos muito difíceis”, disse. Naquele almoço, todos ainda se cumprimentavam e se abraçavam normalmente… alguns dias depois recebemos a notícia que algumas pessoas estavam com covid-19.

Precisamos de uma revolução industrial que coloque a economia a serviço das pessoas

Escrevo aqui do Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais. Amanhã, 24 de outubro, é meu aniversário e tive o privilégio de vir comemorar com grandes amigas da vida toda.

A Serra do Cipó é conhecida por ter grande importância sobre o balanço das águas, fazendo a divisão natural das bacias dos rios Doce e São Francisco. Dentro do Parque Nacional existem mais de 60 cachoeiras, a natureza aqui é exuberante. O cerrado com suas cores, flores e espécies únicas parece o trabalho de uma vida de um jardineiro apaixonado.

Três semanas antes de virmos, o Parque ainda estava em chamas. Aparentemente, queimadas são comuns por aqui, mas, pelo visto, essa foi uma das piores. O incêndio devastou uma área de aproximadamente 16 mil hectares. Ainda não se sabe se o incêndio foi criminoso ou não.

Aprendizados no caminho de investimentos com propósito

(Com Alexandre Gottlieb Lindenbojm, co-fundador da Wright Capital Gestão de Patrimônio) – Em 1948 foi proclamada na Assembleia Geral das Nações Unidas a Declaração Universal dos Direitos Humanos: “Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, … a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Diretos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações…”. Esses princípios foram escritos há 72 anos. Apesar da evolução dos direitos humanos e da liberdade, de lá para cá, o capitalismo ainda não foi capaz de lidar com os desafios sociais e ambientais de nossos tempos.

No mundo existem três tipos de indivíduos: aqueles que acreditam que viemos aqui a passeio; aqueles que procuram ajudar dentro do limite do seu próprio conforto e, em alguma extensão, para o seu benefício pessoal e daqueles que lhes são caros ou próximos; e finalmente aqueles que refletem sobre por que viemos, procuram encontrar a sua missão e dão um passo à frente no campo de batalha em busca de uma sociedade mais justa e um mundo melhor para todos os seres sencientes.

Acreditamos que não se nasce de uma forma ou de outra. Existe um processo de acordar, que pode ou não acontecer nesta passagem. Certa vez, nos questionando sobre o que devemos fazer com aqueles que têm condições de se engajar e nada fazem, nos deparamos com um ensinamento Sufi, a partir da seguinte indagação:

A pandemia é um lembrete de que somos parte de algo maior

O impacto gerado pelo coronavírus é um sinal de que nosso sistema econômico e o planeta estão em conflito. Somam-se a isso as mudanças climáticas, que podem causar impactos ainda maiores. Imaginem que desafiador seria viver em um mundo cada vez mais quente, menor e com mais gente.

Como indivíduos temos inúmeras maneiras de atuar positivamente. Consumir de forma mais consciente é uma alternativa. Investir de maneira responsável, percebe-se hoje, é o único caminho para transformar nossa realidade e escolher o mundo que você quer. Hoje é possível investirmos levando em consideração as pessoas, o planeta e a maneira pela qual as empresas se comportam.

Até outro dia, ninguém perguntava para seu gerente do banco de que forma o retorno de um determinado investimento havia sido atingido. Poucos procuravam saber se as empresas que se beneficiavam em última instância de seu capital desmatavam ilegalmente, maltratavam ou exploravam seus colaboradores, poluíam nossos rios, mares e entorno, ou como se portavam em relação aos seus acionistas e demais stakeholders. Não importavam os conflitos de interesses, a falta de transparência, a ausência de diversidade. Bastava ter o melhor retorno com o “menor” nível de risco.